quarta-feira, 25 de maio de 2011

Clássico da Semana - O Grande Lebowski (1998)

Voltando à atividade normal.

O clássico desta semana é um dos grandes marcos da comédia nonsense. O Grande Lebowski (1998) escrito e dirigido pelos irmãos Coen ficou marcado pelo roteiro descompromissado em fazer qualquer sentido lógico, pela simplicidade no desenrolar de sua trama e dos diálogos (e o quanto isso pode ser engraçado) e pelas interpretações icônicas de John Goodman como o neurótico veterano de guerra Walter Sobchak e principalmente de Jeff Bridges como Jeffrey Lebowski, ou The Dude (O Cara), como prefere ser chamado.

The Dude é um típico americano vagabundo e preguiçoso que passa seus dias jogando boliche com seus amigos Walter Sobchak e Donny, bebendo white russian e consumindo drogas até que tem sua casa invadida por criminosos que o confundem com outro Lebowski e, ao cobrarem uma dívida do Lebowski errado, o ameaçam e urinam em seu tapete. The Dude então vai atrás do Grande Lebowski, um velho magnata para que este possa ressarcir seu prejuízo e acaba entrando em uma trama de sequestro e chantagem. Como se sua situação já não fosse ruim o suficiente, ela vai piorando cada vez mais em que seu neurótico amigo Walter Sobchak tenta ajudá-lo.

O Grande Lebowski definiu um novo tipo de comédia, trazendo pra atualidade um pouco do estilo dos filmes do Monty Python, porém sem o exagero deste mas sim encaixando diálogos mais simples e corriqueiros e frases de efeito simples e memoráveis como "Aquele tapete realmente compunha a sala". Este filme marcou principalmente a carreira de Jeff Bridges, que até hoje em Hollywood é conhecido como 'The Dude'.

Filmes Relacionados:
E Aí, Meu Irmão, Cadê Você? (2000)
Queime depois de ler (2008)

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The Dude Abides

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Filme da Semana - Além da Vida (2010)

Esta semana, o filme comentado é o mais recente lançamento dirigido por Clint Eastwood e a segunda vez em que dirige Matt Damon em cena.

O filme retrata a estória de três pessoas diferentes, em países e culturas diferentes e suas perspectivas a respeito da vida após a morte: um médium americano que, devido ao seu dom/maldição que o permite que consiga contato com os espíritos, se encontra impossibilitado de levar uma vida comum e se relacionar com outras pessoas; uma apresentadora francesa que, ao presenciar uma catástrofe natural, passa por uma experiencia de quase-morte e passa a ter visões e sonhos a respeito; e um garoto britânico que tem de enfrentar sozinho a morte recente de seu irmão gêmeo.

É interessante observar neste filme como Clint Eastwood, um dos pistoleiros mais casca-grossa que Hollywood já viu nos filmes westerns, aborda de forma tão delicada um tema ainda tão sensível às pessoas. E faz isso com maestria, sem se deixar levar por conceitos e/ou perspectivas de doutrinas religiosas, apelando apenas para a fé, tanto dos protagonistas quanto do telespectador, e assim dando a chance para que possamos tirar nossas próprias conclusões a respeito do tema.

Trata-se de um filme diferente do estilo de filmes que Eastwood vinha dirigindo recentemente, abordando o tema de forma mais suave, explorando mais a interpretação ao invés de ditar as conclusões, em relação ao Gran Torino (2008), por exemplo.Pode ser que Além da Vida não seja sua melhor direção e nem se torne seu filme favorito do diretor, mas com certeza vale a pena conferir.



Filmes Relacionados:
Um Olhar do Paraíso (2008)

Comentários, opiniões e sugestões de filmes relacionados são bem vindos.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Clássico da Semana - Clube dos Cinco (1985)

Clube dos Cinco não é apenas um clássico do cinema, mas uma das duas maiores referencias se tratando de filmes com temas adolescentes (dos anos 80/90 é claro) influenciando muitos outros filmes do mesmo gênero que surgiram depois.

O clube do café da manhã, na tradução literal do título original (The Breakfast Club) é composto por cinco adolescentes com características bem diferentes, porém, com todos os medos e incertezas de um adolescente comum. Devido ao mal comportamento, os cinco jovens são forçados a permanecer de castigo na biblioteca da escola por 8 horas em um sábado e, durante este período, escrever uma redação de mil palavras sobre o que pensam de sí mesmos. A medida em que o dia passa e claro, enquanto não cumprem as regras de seus castigos, passam a se conhecer melhor e refletir sobre suas vidas, deixando de lado os clichês e estereótipos que representam, como um cérebro, um atleta, um caso perdido, uma princesa e um criminoso.

Definitivamente, o Clube dos Cinco é uma bela obra escrita e dirigida por John Hughes, o grande mestre do gênero. Hughes que também responsável pela outra grande referência deste tema, e porque não dizer "A" maior referencia e com certeza um dos filmes mais marcantes dos anos 80, Curtindo a Vida Adoidado (1986) que fez com que Ferris Bueller reinasse as sessões da tarde durante muitos anos.

John Hughes não só marcou seu nome na história do cinema com estes dois filmes, marcou toda uma geração, imortalizada em seus personagens.

Verdade seja dita, vislumbro com nostalgia a época em que filmes adolescentes divertiam, passavam uma mensagem interessante e não eram recheados de romances sobrenaturais baratos e diálogos chulos. Mas os tempos mudam e o que antes foi um grande lançamento da cultura pop, hoje figura na sessão de filmes cults.



Filmes Relacionados:
Curtindo a Vida Adoidado (Ferris Bueller's Day Off) - 1986

Comentem, opinem e mandem suas sugestões de filmes relacionados.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Filme da Semana - Um Homem Misterioso (2010)



O filme desta semana é Um Homem Misterioso ou O Americano (título original), dirigido por Anton Corbijn, mais conhecido por dirigir vídeos musicais de bandas conceituadas como U2 e Metallica, por
exemplo e pelo premiado Control (2007) que retrata a vida de Ian Curtis, ex-vocalista do Joy Division.

Estrelado por George Clooney, este filme retrata alguns dias na vida de Edward (ou Jack), um exímio construtor de armas de fogo por encomenda para assassinatos que, ao sobreviver a um atentado contra
sua vida, se isola em uma pequena cidade da Itália para um último serviço. Ao se envolver com uma prostituta local, o americano (como é conhecido na cidade) começa a refletir se vale a pena continuar
com esta profissão, sempre extremamente paranóico e sentindo-se perseguido a todo instante.

Os méritos deste filme, também são alguns de seus defeitos. O mistério e o suspense dos eventos que acompanhamos, são muito bem relacionados ao mistério que envolve o próprio personagem principal. Porém, o excesso deste mistério faz com que o filme se torne maçante em alguns momentos e até um pouco previsível. O grande mérito porém, está na reviravolta da trama, que acontece de forma surpreendente e súbita.

Sobre George Clooney, seja como Edward, Jack ou Danny Ocean, ultimamente as interpretações têm sido bem parecidas. Não se trata de um mal ator, porém tem atuado de forma segura, no básico, sem  muitas diferenças ou novidades. Não importa o personagem ou suas características, lá na tela está o velho e conhecido George Clooney e pronto. Suas melhores interpretações ainda estão nos filmes dos irmãos Coen. Sua carreira como diretor porém, embora pequena, tem sido muito interessante. Neste ano de 2011 está previsto mais um de seus trabalhos como diretor, "The Ides of March" previsto para Outubro.

Um Homem Misterioso, muito provavelmente, não vai se tornar seu filme favorito, porém é uma boa escolha para o fim de semana, caso queira conferir um bom suspense.

Filme Relacionado:
O Atirador (2007)




Mandem comentários, sugestões e dicas de filmes relacionados.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Malefique (2002)

Malefique, Sinais do Mal no Brasil e A Cela do Diabo em Portugual, se passa inteiramente dentro de uma cela. Nela residem quatro encarceirados um tanto quanto estranhos.
Um deles é Marcus, um transexual que treina obcecado com a idéia de sair da prisão escalando as grades. Em seu plano de fuga, pretende levar junto o esguio Paquerette.
Paquerette é um doente mental que come tudo que vê, ficou assim por ter crescido junto aos porcos em uma fazenda, cumpre pena por ter comido sua irmã de seis meses de tão feliz que ficou quando a viu.
Outro dos sentenciados é o intelectual Lassalle, que faz um tipo Hannibal Lecter, é sodomizado todas as noites por Marcus e cumpre pena por ter dilacerado a esposa no que os psiquiatras constataram como "dois minutos de demência".
Neste cenário bizarro entra o personagem principal do filme, o empresário Carrère, preso por ter cometido um golpe usando sua empresa.
Na espera pela ação de seus advogados e sua esposa para se ver livre da prisão,e rever seu filho, Carrère começa a viver o dia a dia de seus novos colegas de cela.
Entretando, tudo começa a mudar quando encontram um misterioso livro que contém segredos de esoterismo e magia negra e pertenceu a um serial killer chamado Danvers, que, obcecado pela juventude foi preso por matar mulheres e usar a placenta para ficar mais jovem.
Juntos começam a desvendar o livro, que pode conter um meio de saírem da prisão.

Sobra pouco para comentar do filme depois dessa sinopse que não seja spoiler, mas o que eu posso afirmar é que vale a pena assistir. O filme tem todo um clima claustrofóbico, e o baixo orçamento não influencia na qualidade, os efeitos são muito bons pela idade do filme.
Com todo o enredo de suspense e algumas cenas bem pesadas, o mais interessante do filme fica pelas interações entre os personagens.


Filmes relacionados:
  • Cubo
  • Hellraiser
  • Saw

terça-feira, 5 de abril de 2011

Clássico da Semana - Por um Punhado de Dólares (1964)

O clássico da semana fica por conta do épico do cinema, o precursor da era western spaghetti e referência do gênero "Por um punhado de dólares" (1964) de Sérgio Leoni e com o jovem Clint Eastwood. Este western tem todos os clichês de um bom western americano, exceto que, diferente dos filmes do gênero produzidos nos Estados Unidos, aqui o herói não é um bom moço por natureza que luta contra o vilão do mau, mas sim um pistoleiro errante e mortal que viaja em busca de oportunidades de faturar alguns dólares em cima de chefões de gangs utilizando nada mais que seu rápido gatilho e sua esperteza à melhor maneira italiana. O anti-herói sem nome, encontra esta oportunidade na pequena vila de San Miguel, controlada pelas gangs rivais dos Rojos e dos Baxters. Agindo como uma espécie de espião duplo e claro, lucrando em dobro, acaba com a paz no pequeno vilarejo. Um dos elementos principais deste clássico é a famosa e inconfundivel trilha do lendário Ennio Morricone, que praticamente definiu os termos de uma boa trilha sonora western.

O vídeo a seguir contém o tema do filme e trechos da animação dos créditos iniciais, ouçam a trilha e relembrem este clássico do cinema.






Pra quem gosta do gênero este filme é obrigatório.

Filmes relacionados:
Por uns dólares a mais (1965)
Três Homens em Conflito (1966)

Enviem seus comentários, opiniões e sugestões de filmes relacionados.

sábado, 2 de abril de 2011

Filme da Semana - 127 Horas (2010)

    Para começar com classe, vamos falar a respeito do melhor filme (na opinião deste blog) desta última temporada de premiações e não, eu não estou me referindo ao também ótimo "Discurso do Rei" mas sim do singelo porém majestoso "127 Horas" do diretor Danny Boyle.

    Para quem acompanha a carreira deste diretor, relativamente novo na indústria, desde Cova Rasa (1994) e do lunático, porém interessantíssimo Trainspotting (1996), após assistir 127 Horas ficará com a impressão de que o sr. Boyle está se esforçando ao máximo para se redimir de Sunshine - Alerta Solar (2007) onde tenta nos embarcar em uma fantástica (nem tão fantástica assim) jornada de uma trupe de astronautas tentando reascender um sol morimbundo, antes que toda vida na terra seja extinguida, utilizando uma poderosa bomba nuclear (não mais potente quanto o próprio filme).

    Em 127 Horas, acompanhamos a incrível e emocionante experiência verídica do alpinista Aron Ralston que, em maio de 2003, ao percorrer sozinho os desfiladeiros do Grand Canyon sem ter avisado ninguém sobre seu destino, acaba sofrendo um acidente que o faz ficar com o braço direito preso entre uma rocha e a parede do desfiladeiro. Com poucos equipamentos, pouca água e comida, uma câmera filmadora e outra fotográfica, Aron registra a todo instante toda sua agonia durante os 5 dias e meio em tal situação. O uso destas câmeras dá um toque de documentário, transmitindo muito realismo às cenas (um detalhe interessante: a câmera utilizada por James Franco em cena é a mesma câmera utilizada por Aron nos dias em que esteve preso à rocha).

    O filme consegue transmitir ao espectador com eficiência, todas as sensações sentidas pelo protagonista como sede, fome, frio, o cansaço bem como as alterações psicológicas ao longo das horas, suas visões e reflexões. Para os espectadores mais sensíveis à experiencia, é impossível não sentir vontade de tomar um belo litro de água no decorrer do filme. Uma sensação claustrofóbica é evidente através da utilização de ângulos apertados e grandes closes em James Franco durante grande parte do filme.

    Se tratando das cenas, verdade seja dita, James Franco reinou! Em uma das grandes interpretações deste último ano, contribuiu de forma extraordinária em conjunto com os demais elementos na construção desta verdadeira obra prima, tornando muito fácil aos espectadores se sensibilizarem e se identificarem ao personagem. E não é qualquer interprete que consegue corresponder à grandes closes durante muito tempo. Danny Boyle soube muito bem como administrar este tipo de filmagem, permitindo uma liberdade de interpretação à James Franco, que chegava a permanecer em cena em takes de 15 à 20 minutos sem cortes, sendo filmado por vários ângulos diferentes ao mesmo tempo, realmente vivendo o personagem, como por exemplo na cena crucial do filme (ok, sem spoilers aqui).

    Com 127 Horas, Danny Boyle comprovou o que já vinha demonstrando com "Quem Quer Ser um Milionário" (2008): que é o grande rei do clímax do momento. Sabe com maestria mergulhar os espectadores em uma profunda tensão, recheada de reflexões e auto-conhecimento que acertam como um soco no estômago, e os regata das profundezas lançando-os de uma só vez de volta à tona, assim como os próprios protagonistas, de forma triunfante.

    De forma simples e bem criativa, com elementos bem encaixados e uma ótima trilha composta pelo idiano A. R. Rahman que ajuda a ditar o ritmo do filme (este que dá um show em muita palestra motivacional diga-se de passagem), 127 Horas ensina e emociona, tanto quanto a experiência retratada ensinou o próprio Aron Ralston, que hoje em dia sempre avisa para onde vai.

    Definitivamente Danny Boyle, agora sim você está desculpado.




Quem ainda não viu corra ver pois vale a pena, quem já viu, comente o que achou.

Filmes relacionados:
Por um fio (2002)
Na Natureza Selvagem (2007)

Caso você conheça algum filme relacionado a este, mande em seu comentário.

Créditos Iniciais

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